Nunca...

Nunca pensei estar confinada ao lar devido a um vírus.
Nunca pensei estar tanto tempo longe dos meus amigos.
Nunca pensei não poder ir arranjar as unhas ou ir à depilação, mesmo que isto pareça fútil, porque o corona vírus mora algures por aí.
Nunca pensei num monte de coisas que estão por aí a acontecer.
Tenho sentido que a frase “nunca digas nunca”, tem-se aplicado aos momentos que vivemos atualmente. Se há uns anos, ou meses me perguntassem se algum dia ficaria tantos dias seguidos em casa, eu diria com toda a certeza: nunca, só se tivesse mesmo que ser. E então não é que é?
Confesso que tem sido muito difícil para mim, não ter direito à minha liberdade, que tanto prezo e aprecio mas sei que tem mesmo que ser. Tem-me custado horrores, logo a mim que sou tão defensora dos direitos humanos. Tenho reparado que existem situações na vida, que nos podem mudar tudo, e principalmente as coisas que temos como garantidas. Para mim, que sou ocidental, tinha a Declaração Universal dos Direitos Humanos como garantida, e que se alguém violasse os meus direitos, podia lutar por eles, mas hoje vejo que não são uma garantia. Podem existir coisas que os podem mudar e começo a pensar naquelas pessoas que não os podem curtir. Este período não tem sido fácil e tem trazido muita reflexão sobre diversas áreas. Sinto agora que tudo estava fora de lugar e agora está a entrar nos eixos. Sinto que nós, humanos, estamos a tirar tudo do seu habitat natural e que agora há a possibilidade de tudo voltar onde sempre pertenceu.

Beijinhos grandes da vossa querida Sueline

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